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China: Uma Bomba-Relógio Financeira

  • dri2014
  • Nov 23, 2018
  • 2 min read

Muito se tem falado e escrito a respeito do prodigioso crescimento econômico chinês das últimas décadas, que teria alçado a China ao posto de segunda maior economia mundial. Há, porém, um fator de preocupação menos reconhecido: o aumento exponencial da dívida interna chinesa. A dívida publica e privada atingiu a marca de 34 trilhões de dólares, equivalente a 266% do PIB. Se considerarmos que há 10 anos atrás, essa divida correspondia a 162% do PIB, pode-se vislumbrar quão grande tem sido o crescimento da dívida. Desse total, a dívida correspondente a 165% do PIB é oriunda do setor privado. O setor público, em particular os governos locais, responde por 2,6 trilhões de dólares de dívida.

Na eventualidade da bolha da dívida explodir, o mundo poderia sentir as consequências também. O governo chinês já teve de implementar, ao final da década de 90, um plano de resgate dos bancos locais no valor astronômico de 650 bilhões de dólares. Pode surgir, no futuro próximo, a necessidade de planos semelhantes.

Analistas apontam que a China ainda apresenta outros indicadores positivos que serviriam para acalmar os mercados, como os superávits da balança comercial, uma boa taxa de poupança, e instrumentos monetários numa economia altamente centralizada, como redução da taxa de juros, venda de ativos, e medidas que encorajem o financiamento da divida das corporações pela venda de ações.

Um problema adicional, para a China, tem sido a guerra tarifária com os Estados Unidos. Os EUA tinham imposto inicialmente um aumento de tarifas sobre produtos importados da China no valor de 50 bilhões de dólares, mas diante do insucesso nas negociações bilaterais o governo americano anunciou um novo pacote de aumento de tarifas que atingirão mercadorias no valor global de 200 bilhões de dólares. Com as novas medidas, o correspondente a 50% das exportações chinesas de mercadorias para os EUA estarão sobretaxadas. A resposta chinesa foi impor tarifas adicionais sobre 85% a 95% de todos os produtos americanos exportados para a China. Embora os percentuais indiquem que as medidas chinesas atingiram um universo maior de bens, na realidade as medidas punitivas americanas surtirão maiores efeitos na economia chinesa, dada a disparidade enorme da balança comercial em favor da China. De toda forma, a atual guerra comercial com os Estados Unidos só tende a diminuir o crescimento econômico chinês, gerar desemprego e falência de empresas, assim como aumentar a dívida das suas corporações.

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