A Desdolarização do Sistema Financeiro Avança
A China, individualmente, e junto com os demais países do grupo chamado BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), tem pressionado por reformas no sistema de governança das instituições financeiras internacionais (Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial, Banco Asiático de Desenvolvimento, etc) que reflitam a nova posição de poder do país. Essas instituições são dominadas pelos países Ocidentais, particularmente os Estados Unidos. Dada a lentidão no processo de reformas, a China decidiu lançar, em 2014, o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (BAII), que atraiu inicialmente a maioria dos países da Ásia, com exceção da Austrália, Coréia do Norte e Japão, e alguns países do Oriente Médio.
A despeito de forte oposição americana, Reino Unido, França, Alemanha, Luxemburgo, Suiça e Itália decidiram aderir ao Banco. A Austrália e a Coréia do Sul já estão reconsiderando sua posição para também participarem do projeto. O que está em jogo, de imediato, é a possibilidade de atrair investimentos e financiamentos em projetos de infraestrutura para o país. Num contexto mais amplo, a jogada da China faz parte do seu processo de desdolarização, seu desafio à posição hegemônica do dólar como reserva mundial, e a afirmação da sua moeda nacional, ao mesmo tempo que aumenta sua influência internacional (usando o Banco como um instrumento para a sua política externa). Lembre-se que o BAII foi criado ao mesmo tempo em que o BRICS confirmou o estabelecimento de um novo Banco de Desenvolvimento.
Três países que integram a recém fundada União Econômica Eurasiana - UEE (Bielorrússia, Cazaquistão e Rússia) podem se tornar o núcleo inicial de uma união monetária, segundo uma proposta da Rússia. Os 3 países adotariam uma moeda corrente única, no modelo do que já existe na União Européia com o Euro. Se implementado, resta saber se e quando a união monetária se estenderá para os outros dois membros da UEE (Armênia e Quirguistão).