Novos Desenvolvimentos no Processo de Desdolarização
Já se noticiou que os países do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) concluíram acordos de trocas de moedas em suas transações comerciais, e que a Rússia e China estão à frente de um processo que estende esse tipo de acordo para suas relações com outros países. A China, em particular, está em estágio muito avançado nessa área (veja as Notícias "O Processo de Desdolarização no Mundo" 1 e 2). Os países do BRICS também lançaram um Banco de Desenvolvimento que poderá substituir o papel tradicionalmente exercido por entidades financeiras como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, instituições que são fortemente influenciadas pelos Estados Unidos e que apóam a moeda americana.
O processo de desdolarização no mundo não se limita ao campo das trocas comerciais. Muitos países estão aumentando suas reservas de ouro ou repatriando o ouro guarnecido no estrangeiro. Alguns países estão reduzindo - em diferentes níveis - o montante que dispõem em títulos da dívida pública americana. Outros países - como o Cazaquistão - foram ainda mais longe e comunicaram publicamente sua política de desdolarização a ser implementada nos próximos anos, ao passo que Irã alega já ter atingido tal objetivo.
Um outro movimento muito importante foi a criação, pela Rússia, de um substituto nacional para o SWIFT, o sistema internacional de transações e pagamentos bancários (veja a Notícia "Ação e Reação"). Agora, anuncia-se que a China estará instituindo até o final desse ano um sistema independente de pagamento e transações financeiras na sua moeda (Renminbi), o que representa um passo importantíssimo para a progressiva internacionalização da moeda chinesa. O próprio SWIFT divulgou que em novembro de 2014 a moeda chinesa havia alcançado a quinta colocação em termos de pagamentos globais através do sistema. Estima-se que a adoção pela China de modelo próprio paralelo ao SWIFT irá acarretar o acelerado uso da sua moeda para pagamentos de transações internacionais.