Tropas de Membros da OTAN na Ucrânia
O comandante da 173 Brigada Paraquedista do exército americano confirmou a chegada de um batalhão da brigada na Ucrânia (600 homens), com a alegada missão inicial de treinar forças militares ucranianas por 6 meses. Ele também disse que seis companhias serão enviadas no verão próximo para o treinamento das forças ucranianas. Às forças americanas, se juntarão 75 oficiais e soldados do exército britânico para o desempenho da mesma tarefa. A Ucrânia, vale lembrar, não é membro da OTAN, portanto a obrigação de defesa coletiva assumida pelos membros da OTAN não incluiria a Ucrânia. No entanto, como parte do seu projeto de expansão na direção leste, a OTAN priorizou suas relações com a Ucrânia e chegou a realizar no ano passado exercícios militares conjuntos na região ocidental da Ucrânia. O propósito da OTAN é óbvio: usar o pequeno contingente americano na Ucrânia como uma força de dissuasão, produzindo os efeitos estratégicos desejados.
Perguntado sobre esses desenvolvimentos, o embaixador da Rússia perante a OTAN afirmou que o seu país iria tomar todas as medidas necessárias para neutralizar essa ameaça, incluindo medidas de natureza técnica-militar.
Até que ponto a OTAN ou alguns dos seus membros estão dispostos a arriscar uma guerra convencional com a Rússia - que pode escalar para uma confrontação nuclear - em torno da Ucrânia? A ideia parece absurda, mas as evidências podem ser interpretadas como uma preparação progressiva para a guerra. A OTAN, naturalmente, se aproveita da situação para justificar sua existência - posta em dúvida desde o fim da Guerra Fria - e aumentar os compromissos financeiros dos membros com a defesa.
Com os Estados Unidos à frente da mobilização, a OTAN está pouco a pouco criando ou reforçando bases militares em toda a Europa Central e do Leste. A Operação "Resolução Atlântica" objetiva estacionar forças e criar uma "cortina de ferro" que começa nos países Bálticos e desce até o Mar Negro, no sul da Europa. Especificamente, tropas serão estacionadas nos países Bálticos (Lituânia, Estônia, Latvia), Polônia, Hungria, Romênia, República Tcheca, e outros países. Fala-se até em tropas da OTAN na Geórgia, que fica na fronteira sul da Rússia. Lembre-se que a Geórgia, assim como a Ucrânia, não é país membro da OTAN. Com esses deslocamentos, a Rússia estaria literalmente cercada por bases militares da OTAN.
Mediante exercícios militares, a Rússia envia para a OTAN sinais de prontidão, preparação e disposição militar de defender seus territórios e regiões autônomas que a ela se associam. O Ministério da Defesa comunicou que exercícios militares serão realizados na fronteira sul da Rússia, cobrindo os distritos federais do sul da Rússia, o Cáucaso do Norte, a Armênia, e as regiões autônomas na Geórgia de Abkhazia e Ossetia do Sul.
Nessa semana, exercícios militares navais conjuntos estão sendo realizados no Mar Negro com a participação de 6 navios de guerra da OTAN e embarcações da Romênia, Bulgária e Turquia. Em reposta, a Rússia enviou caças avançados e bombardeiros que praticaram ataques simulados contra embarcações da OTAN no Mar Negro, com o objetivo de treinar medidas de penetração contra os sistemas de defesa antiaereos das embarcações. A Marinha Russa também anunciou que estará recebendo 50 novos navios de guerra nessa ano.