Mais Sinais de Escalamento e Provocação
A guerra civil na Ucrânia internacionaliza-se progressivamente. Como as forças armadas da Ucrânica têm sofrido repetidos reveses nas batalhas contra as forças separatistas, alguns países que apoiam o governo estão oferecendo treinamento militar. Os Estados Unidos já possuem membros das forças armadas na Ucrânia, com a missão de treinar as forças ucranianas. Mais recentemente, o Reino Unido e a Polônia comunicaram sua disposição de fazer o mesmo. Também discute-se o envio de armas "defensivas", como já noticiamos. Essas medidas estimulam a continuidade da guerra e reforçam a ideia errônea de que uma guerra civil ou de secessão pode ser resolvida por meios militares. E o pior: esses três países são membros da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Embora provavelmente estarão estacionados bem longe das linhas de combate, o que poderá acontecer se soldados ou oficiais desses países forem atingidos por forças separatistas e/ou se a culpa for colocada nos ombros da Rússia? A OTAN é uma aliança militar que visa a defesa dos seus membros, e de acordo com o tratado que a fundou, um ataque contra um membro pode ativar para todos a obrigação de defesa coletiva.
Num desenvolvimento paralelo, a Estônia, pequeno país báltico que também integra a OTAN, resolveu comemorar seu aniversário de independência com um desfile militar na cidade de Narva, que não é a capital do país. E do desfile participaram unidades da cavalaria mecanizada do exército americano e uma unidade militar do Reino Unido. O detalhe é que a cidade fica a 274 metros da fronteira russa!!!! Não há dúvida de que o ato destinou-se a mandar uma mensagem ("Estônia será defendida pela OTAN") e uma provocação ("podemos colocar nossas forças a poucos metros da sua fronteira") para os russos. A cidade de Narva pertencia ao Império russo Czarista de Pedro "O Grande". Ela foi ocupada brevemente por Carlos XII da Suécia, sendo retomada pelos russos após sua vitória final na guerra entre a Suécia e a Rússia czarista. Ainda hoje, a população da cidade é, em sua maioria, etnicamente russa.
Os países bálticos (Estônia, Lituânia e Letônia) são, ao lado da Polônia, os países europeus que se posicionam mais fortemente a favor da Ucrânia e contra a Rússia, exigindo mais sanções contra a Rússia, etc. Sua posição é explicada pelo fato de que foram invadidos e anexados pela antiga União Soviética nos anos 40.