Ação e Reação
Enquanto persiste a guerra econômico-financeira do Ocidente (isto é, União Européia, Estados Unidos, e Canadá) contra a Rússia, através de sanções, os russos tomam as medidas necessárias de ajuste financeiro. Já se reportou, nesse site, a forte e continuada estratégia russa de adquirir ouro para as suas reservas, lastreando sua moeda em um sólido instrumento financeiro. Ao mesmo tempo, os russos estão se livrando dos títulos da dívida pública americana, reduzindo, ainda mais, sua dependência do dólar. Somente no mês de dezembro, foram comercializados 22 bilhões de dólares dos títulos que dispunha, diminuindo o total do seu acervo para apenas 86 bilhões de dólares. Esses valores correspondem ao que a Rússia dispunha em 2008, e estão longe dos 180 bilhões de dólares em títulos da dívida americana que o país chegou a gerir.
Ao mesmo tempo, a Rússia se prepara contra a concretização de uma ameaça brutal vinda da União Européia e dos Estados Unidos: sua retirada do sistema SWIFT, sigla de uma organização sediada na Bélgica que permite comunicações e movimentações financeiras entre instituições financeiras. Ciente da gravidade da ameaça, o primeiro-ministro da Rússia alertou que a reação econômica e de outra natureza contra tal medida “não teria limites”.
É pouco provável que tal medida seja tomada, pois ela afetaria as instituições financeiras ocidentais também. Ainda assim, a Rússia resolveu desenvolver seu próprio sistema de comunicações financeiras. O sistema já está em operação inicial e atinge em torno de 91 instituições domésticas financeiras. O processo de desdolarização da economia russa está progredindo a passos largos.