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Entendendo a Atração que o Califado Islâmico Exerce sobre Muçulmanos


Foi o próprio profeta Muhammad quem instituiu o primeiro califado – um governo único sobre a comunidade muçulmana (umma) em terras por ele controladas. É preciso que se compreenda que Muhammad foi não apenas o líder religioso da umma, mas também seu estadista-governante, seu primeiro Califa, e o comandante-em-chefe das forças armadas islâmicas. Desde então, o mundo islâmico foi governado por sucessivos califas, até o colapso do califado Otomano após a I Guerra Mundial e sua substituição por um Estado laico na Turquia. A divisão religiosa e política do mundo islâmico entre Sunitas e Shiitas ocorreu com a disputa sobre quem deveria suceder Muhammad.


Todos os movimentos islamistas compartilham um objetivo comum, a restauração do califado islâmico, e esta aspiração é compartilhada individualmente por muitos muçulmanos das mais diversas regiões do mundo. A declaração da fundação do Califado, que adota o nome de Estado Islâmico (ISIS), deixou claro que al-Baghdadi, seu líder, era o califa (governante) e íman (líder religioso) de todos os muçulmanos, em qualquer parte do mundo. A declaração lembra também a todos os muçulmanos do dever islâmico de jurar fidelidade ao califa e de apoiá-lo, e afirma a nulidade de todos os emirados, Estados, grupos e organizações tão logo a autoridade do califa se estenda e suas tropas cheguem àquelas áreas.


Milhares de muçulmanos, provenientes de dezenas de países, ingressam nas fileiras do Estado Islâmico todo mês, atraídos pelo sonho do califado e do retorno ao glorioso tempo da civilização islâmica. Além destes indivíduos, organizações militantes islâmicas de 11 países manifestaram seu apoio ou aliança com o ISIS, ou até mesmo juraram fidelidade ao califa. Algumas destas organizações, como a Jund al-Khilafa, eram associadas anteriormente a al-Qaeda, o que mostra como o Estado Islâmico está ofuscando e ultrapassando a organização fundada por Bin Laden e seus consortes. De todas as organizações, as que atuam no Paquistão são as que mais preocupam, principalmente se considerarmos o forte e crescente apelo popular do ISIS no país. A extensão da influência do ISIS ao Paquistão, um Estado islâmico e nuclear notório por sua instabilidade política, representa a ameaça de que um dia exista um califado chefiado pelo ISIS e possuidor de armas nucleares.

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