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A Intervenção Ocidental na Ucrânia


Em discurso proferido na Assembléia Geral da ONU, o Ministro das Relações Exteriores da Rússia apontou os Estados Unidos e a União Européia como os responsáveis pelo golpe de Estado na Ucrânia, que derrubou o que a Rússia considera o então Governo constitucional do país (do Presidente Viktor Yanuyovch).



Os fatos que parecem apoiar a conclusão da Rússia são os seguintes:


Em Dezembro de 2013, em meio a protestos violentos em Kiev contra a decisão do Governo de não ratificar o acordo proposto pela União Européia, a Subsecretária de Estado norte-americano para a Europa e Eurásia, Victoria Nuland, deu uma palestra na Conferência Internacional de Negócios, partocinada pela Fundação Estados Unidos -Ucrânia. Eis o trecho pertinente de sua fala: “Desde a declaração da independência da Ucrainia em 1991, os Estados Unidos apoiaram os Ucrainianos no desenvolvimento de instituições e competências democráticas para promover a sociedade civil e uma boa forma de governo - tudo o que é necessário para conseguir os objetivos das aspirações Européias da Ucrânia. Nós investimos mais de 5 bilhões de dólares para ajudar a Ucrânia conseguir estes e outros objetivos”. Os Estados Unidos utilizaram diversos meios para promover as "aspirações Européias" da Ucrânia, entre os quais o Fundo Nacional para a Democracia.


Em várias visitas a Ucrânia, Nuland encontrou-se com os líderes do partido neo-nazista Svoboda,alguns dos quais viriam a integrar o futuro governo da Ucrânia, e com o líder do partido nacionalista da Pátria, Arsenly Yatsenyuk, que em breve seria o novo primeiro-ministro da Ucrânia. No dia 31 de janeiro de 2014, o próprio Depatamento de Estado norte-americano divulgou nota informando que Nuland iria viajar para a Kiev, onde se encontraria com "membros do governo, líderes da oposição, e líderes da indústria e da sociedade civil para encorajar um acordo sobre um novo governo". Ou seja, semanas antes da deposição do então Presidente, e sem a sua aprovação, Nuland estava em Kiev para articular um novo governo.


Em fevereiro de 2014, uma conversa telefônica confidencial entre Nuland e o embaixador norte-americano na Ucrânia foi divulgada no You Tube, e nela se registra uma discussão sobre os nomes daqueles que iriam substituir o então Presidente Yanuyovch.


Embora o Presidente Yanuyovch tenha concordado com uma proposta da União Européia (França, Alemanha e Polônia) para preparar uma transição e novas eleições, os Estados Unidos e a própria União Européia decidiram impor sanções contra os membros do Governo. Logo depois, o Presidente seria deposto pelo Parlamento.


Até as acusações de que forças policiais do governo Ucraniano estavam usando franco atiradores para matar civis ue protestavam foram colocadas em dúvida quando uma conversa telefônica entre o primeiro-ministro da Estônia, Urmas Paet, e a ministra de relações exteriores da União Européia, foi divulgada na internet. Nessa conversa, Paet que voltava de visita a Kiev afirmou o seguinte: "Há agora uma compreensão mais e mais forte de que por trás dos franco atiradores não estava Yanukovich (Presidente), mas alguém da nova coalisão (oposição)".

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