A Guerra das Moedas Continua
A Coréia do Sul se junta ao Japão na guerra das moedas: em resposta à previsão de crescimento econômico menor, o Banco Central coreano anunciou um corte na sua taxa de juros de base. Enquanto isso, os Bancos Centrais da Rússia e China divulgaram um acordo de troca de moedas no valor inicial de 150 bilhões de renminbi. Semelhante acordo foi assinado entre a China e o Canadá, no valor de 200 bilhões de renminbi.
A mais importante notícia da semana foi a de que a moeda chinesa está diretamente conversível com o dólar de Singapura, o que representa um dos maiores passos na direção da internacionalização do renminbi e um grande desafio ao dólar americano como a reserva cambial dominante no mundo. Por que é tão importante essa notícia? A razão é simples: como o centro financeiro principal da Ásia (ao lado de Hing Kong), fica ainda mais fácil para qualquer um comercializar em renminbi e manter reservas nessa moeda.
De acordo com a Sociedade Interbancária para as Telecomunicações Financeiras Globais (SWIFT), os pagamentos internacionais bancários feitos em renminbi quase triplicaram nos últimos dois anos.
A condição de reserva cambial do dólar tem permitido aos Estados Unidos exercer um papel determinante na orientação da política monetária global; forçar bancos estrangeiros a dependerem do sistema bancário americano; e levar as nações a manterem reservas em dólares americanos e comprar os títulos da dívida pública americana para efetuarem suas trocas comerciais a contento. Isso tem colocado nações e empresas estrangeiras numa situação de reféns da política externa norte-americana. Quando deseja, o governo americano impõe devastadoras sanções econômicas e financeiras, como agora procura fazer com a Rússia. A internacionalização do renminbi, os acordos de trocas de moeda, e a criação pelo BRICS de um Banco de Investimentos que competirá com o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial, são movimentos claros que visam terminar a reinado do dólar americano. Em discurso recente, Pres. Putin da Rússia explicou que, em resposta aos abusos americanos mediante o uso de sanções econômicas, mais e mais países estão buscando ficar menos dependentes do dólar americano, criando sistemas financeiros e de pagamento alternativos e reservas cambiais em outras moedas.