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Por que a Crise na Ucrânia Era Inevitável - Um olhar doméstico

A última eleição para Presidente da Ucrânia ocorreu em 2010, e ela foi monitorada pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). De acordo com o relatório dos monitores da OSCE, o processo eleitoral "satisfez a maioria das obrigações das obrigações da Ucrânia perante a organização e dos padrões internacionais para eleições democráticas". Pode-se concluir, portanto, que o presidente eleito, Viktor Yanukovych, do Partido das Regiões, assumiu o poder de forma democrática.


Uma análise do mapa eleitoral, contudo, mostrou uma divisão entre os eleitores que reflete a composição étnica e política do país, conforme se pode ver no seguinte mapa:

A Ucrânia tem vivido sob sucessivas crises políticas desde que alcançou sua independência, em 1991, após a dissolução da União Soviética. Uma razão fundamental é identificada na própria composição social e política do país, que é dividido basicamente em duas partes: o norte, predominantemente ucraniano e nacionalista, católico, pró-ocidental e pró-europeu, de fala ucraniana, de um lado; e o sul, majoritariamente russo e pró-russo, católico ortodoxo russo, de fala russa, de outro lado. As crises pelas quais tem passado o país se explicam pela tentativa dos seus lideres de implementar no país políticas que favorecem um lado e de eventualmente estabelecer sua dominância sobre o outro lado. O resultado de tais políticas só pode ser crise política, instabilidade política e econômica, guerra civil e finalmente secessão. A unidade nacional na Ucrânia só pode ser alcançada e mantida se a liderança do país conseguir manter um equilíbrio entre os dois segmentos sociais e políticos, com a adoção de políticas que conduzam a uma reconciliação nacional, incluindo autonomia para as regiões.


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