O Acordo entre Obama e a Arábia Saudita contra ISIS
A relutância anterior do Presidente Americano Obama em autorizar o uso da força contra o regime Assad na Síria, deixou a Arábia Saudita e os aliados do Golfo Pérsico muito aborrecidos. Na estratégia anunciada contra alvos da ISIS no Iraque e na Síria, Obama precisava formar uma coalizão de aliados que pudesse legitimar sua intervenção armada, de preferência envolvendo países árabes muçulmanos da região. A participação da Arábia Saudita era fundamental, pois haveria pouca chance de se lograr a coalizão árabe sem o apoio dos Sauditas.
O compromisso entre os Sauditas e Obama incluiu:
a manobra americana para a substituição do líder do Iraque, Nouri al-Maliki, um shiita com laços com o regime Iraniano
a promessa Americana de treinar e armar os rebeldes "moderados" (pois os Sauditas ainda não abandonaram o projeto de remover do poder o regime shiita e pró-Iraniano de Assad)
a promessa Saudita de inundar o mundo com petróleo, forçando uma baixa tremenda no preço do barril e, dessa forma, enfraquecer as economias da Rússia e do Irã.
Al-Maliki já foi deposto em agosto de 2014, e em seu lugar assumiu Haider al-Abadi como primeiro-ministro. O treinamento dos rebeldes está em curso. Parte do treinamento dos rebeldes sirios se realizará na Arábia Saudita, e os Sauditas irão financiar a maioria dos custos. O chefe do Estado-Maior americano anunciou que provavelmente 15.000 rebeldes precisarão ser treinados, força suficiente para enfrentar o ISIS e, depois, o regime Assad. É discutível, portanto, se os rebeldes moderados irão realmente usar seu treinamento e equipamento renovados para iniciar uma outra frente contra ISIS. Afinal de contas, sua prioridade é a derrubada do regime Assad e a instalação de um Estado islâmico. Isso nos leva a, novamente, questionar qual a real intenção por trás da política de fortalecimento dos rebeldes.
O preço do barril do petróleo baixou consideravelmente, de 110 dólares para 78 dólares. Essa estratégia, porém, tem efeitos adversos para a própria Arábia Saudita, cujo orçamento (90% dele) depende das divisas do petróleo. Os Sauditas parecem apostar que conseguem sobreviver com preços baixos por mais tempo do que os Russos e Iranianos.
O acordo possibilitou a formação de uma aliança entre os Estados Unidos e os países do Golfo (Arábia Saudita, Qatar, Bahrain, Emirados Árabes Unidos) e Jordânia para uma ação armada continuada contra ISIS.